sábado, 22 de agosto de 2015

VASCO DA GAMA = UMA FILOSOFIA CORRETA = UMA HISTÓRIA DE GLÓRIAS

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Vasco publica, pela 1ª vez, sua ata de fundação

Sexta-feira, 21/08/2015 - 12:20

Veja a seguir:
Nesta data, 21 de agosto de 2015, comemoramos os 117 anos do Club de Regatas Vasco da Gama. Atualmente, a instituição desenvolve diversas práticas esportivas, com acesso a todos os gêneros, diferentes faixas etárias e a indivíduos com as mais variadas condições sociais. Dentre os esportes praticados, profissionais ou amadores, podemos citar os tão afamados remo e futebol, o atletismo, o futsal, o futebol americano, o futebol de praia (beach soccer), futebol paralímpico, futebol de mesa, a natação etc. Ademais, seus adeptos (sócios e torcedores) chegam ao patamar de milhões e são incontáveis as suas conquistas no esporte.

O grande diferencial do Vasco é o fato de, por vezes, suas ações ultrapassarem o modus operandi da prática esportiva em si e alcançarem as esferas sociais. A história do clube, em diferentes períodos, se entrelaça com a própria história do país e dialoga com algumas reivindicações das camadas menos favorecidas da sociedade. Devemos nos recordar que este clube, em 1923, foi o primeiro campeão carioca de futebol com jogadores negros e brancos pobres. Precisou enfrentar as rígidas regras preconceituosas da liga organizada pelas elites do Rio de Janeiro e optou por ficar ao lado de seus jogadores de origem humilde, negando-se a excluí-los a pedido da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, em 1924. Pedido este baseado em parâmetros racistas e de diferenciação social, que o Vasco nunca os aceitou, pois, preferiu trazer a lume, para o bem do futebol do Rio de Janeiro e do Brasil, a primazia da técnica por sobre questões fúteis empreendidas por outras agremiações.

É assaz necessário relembrarmos este fato por dois importantes motivos. Primeiro, para que tanto os vascaínos quanto aqueles que nos humilharam e ridicularizaram não se esqueçam o quanto nos fizemos gigante. Em segundo, para que sejam sempre reconhecidas as glórias e os méritos dos homens - jogadores e dirigentes - que muito lutaram para a grandeza do Vasco. Acima de tudo, é preciso lembrar sempre, para que não se esqueça nunca.

Os vascaínos, com muita luta, sangue, suor e lágrimas construíram para a instituição e para o benefício do esporte brasileiro como um todo, o então maior estádio da América do Sul. Com essa atitude, os homens do Vasco deram uma resposta a todas as ofensas e àqueles que questionavam a força e a capacidade deste clube, constituído na sua essência por homens trabalhadores e honestos. Assim, o Estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como Estádio de São Januário, foi inaugurado em 21 de abril de 1927.

Neste local sagrado para os vascaínos, podem-se vivenciar vários acontecimentos que entraram para a história do país. São Januário foi palco da do anúncio das primeiras leis trabalhistas brasileiras, ditadas pelo presidente Getúlio Vargas, em plena Tribuna de Honra. O estádio serviu como espaço para desfile das escolas de samba, em que se viu a Portela conquistar o campeonato de 1945. O famoso maestro Heitor Villa-Lobos regeu corais orfeônicos com mais de 40 mil vozes. Além disso, na "casa dos vascaínos" foram promovidos diversos shows e eventos musicais, festas típicas, eventos religiosos, dentre outros.

Como demonstração de zelo por parte da instituição para com a formação física e moral de jovens e crianças, o Vasco dispõe de uma escola em sua sede administrativa que serve aos seus atletas. O clube, para além de procurar fazer de crianças e jovens um esportista, preocupa-se em formar atletas-cidadãos. O Colégio Vasco da Gama foi inaugurado em 08 de março de 2004. Desde então, o clube mantém integralmente o Colégio e todas as suas despesas, como fornecimento de uniforme, de material didático e de alimentação. (ver:http://www.vasco.com.br/site/conteudo/detalhe/8).

Dentro do âmbito esporte, ainda podemos citar que o Vasco foi o primeiro campeão de um título continental, ao conquistar o I Campeonato Sul-Americano e Clubes Campeões (1948 - Invicto). A este somou-se o segundo, a Taça Libertadores da América (1998). O Vasco tornou-se o primeiro campeão carioca do Maracanã (1950). Conquistou 23 vezes o campeonato carioca e dentro destas conquistas cinco foram de forma invicta (1924, 1945, 1947, 1949 e 1992). Como esquecer a "Virada do Século" na final da Copa Mercosul de 2000 (ver:http://www.vasco.com.br/site//detalhe/181).

Poderíamos nos prolongar em citações contínuas das ações e glórias vascaínas, o que seria prazeroso, porém, ultrapassaria o propósito deste texto. Dentre as infindáveis temáticas ao tratarmos da história do Vasco, optamos por relembrar as origens mais humildes do nosso amado clube, gerado nas águas e nos armazéns cariocas. Falaremos sobre o esporte fundador do Vasco, o remo.

Guardamos para o mês de novembro um novo texto, desta vez, trabalhando sobre o futebol, em comemoração ao centenário da institucionalização desta prática no clube. Objetivamos com esse texto trazer para o sócio e torcedor vascaíno fatos da história do clube que não eram do conhecimento de muitos e que acabam por contribuírem ainda mais para demonstrar a grandeza do nome Vasco da Gama. Gostaríamos de esclarecer que além desses dois esportes (remo e futebol), as glórias, títulos e vitórias se acumularam em muitos outros, que ao fim e ao cabo contribuíram para o gigantismo do Vasco. Este Vasco que a todos nós apaixona e que nos leva a segui-lo para todos os cantos, mares, praias, campos e quadras.A fundação do Vasco

O Brasil vivenciava no final do século XIX um conjunto de mudanças que reorganizaram a sua estrutura política e econômica. O fim da escravidão, em 13 de maio de 1888, e a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, trouxeram ares de mudança para o país. Com o advento da República buscou-se melhor inserir o Brasil no cenário internacional, consequentemente, observou-se a necessidade de modernizar a capital Rio de Janeiro e adequá-la aos padrões estéticos das grandes metrópoles europeias, marcadamente inspiradas em Londres e Paris. Estratégia esta que só viria ser melhor concretizada com as reformas urbanas do prefeito Pereira Passos, já no século XX.

Novos hábitos iam sendo adquiridos e dentre eles uma nova estética corporal começava a ganhar as ruas cariocas. Um novo modelo de homem passa a ser gerado com o avanço da modernidade sobre a cidade. Os médicos e arquitetos ("cientistas") defendiam a valorização de um típico físico condicionado aos novos padrões de higiene e saúde. Nesse contexto, a prática esportiva do remo adequava-se perfeitamente aos padrões de modernidade que se espraiavam pela cidade.

O remo passa a ser visto como o esporte moderno, ligado ao urbano, prática de uma burguesia ascendente. Por outro lado, o turfe, que havia se organizado anteriormente e sido pioneiro na estruturação do campo esportivo do Rio, guardava um ar mais aristocrático, relacionado ao rural. Outrossim, no remo, o protagonismo cabia ao homem, que deveria com as próprias forças e músculos vencer o mar e seu oponente. Enquanto isso, no turfe, os jóqueis franzinos eram coadjuvantes em relação aos cavalos, verdadeiros "donos" do espetáculo.

Os primeiros passos para a institucionalização remo foram dados na cidade vizinha, Niterói, com os Mareantes (1851). No Rio de Janeiro, no ano de 1862 surgiram o grupo Regata e o British Rowing Club, por influência de imigrantes ingleses na cidade. Em 1967 é fundado o Club de Regatas, mas, o grande marco para o impulso do remo no Rio de Janeiro foi dado com a criação do Club Guanabarense, no ano de 1874. Depois vieram Grupo de Botafogo (1878), o Club de Regatas Cajuense (1885), Club Náutico Saldanha da Gama (Niterói-1876) e Club de Regatas Internacional (1887).

Entre as décadas de 1880 e 1890 as regatas tornaram-se constantes, entretanto, as associações não possuíam o controle total da prática, permitindo-se que não-membros tornassem parte dos eventos. No intuito de estabelecer uma uniformização da prática, os clubes adotaram como justificativa a assaz necessidade de se combater as apostas, que se popularizaram simultaneamente ao crescimento do público que acompanhava as regatas.
Na última década do século, os clubes de remos vão se proliferando, constituindo o ambiente favorável para a criação da União de Regatas Fluminense (1897), instituição destinada a organizar o campeonato da cidade do Rio de Janeiro. Neste período surgiram o Union de Conotiers (Sociedade dos Franceses, 1892), Club de Regatas Fluminense (1892), Club de Regatas Paquetaense (1892), Club de Regatas Botafogo (1894, Grupo de Regatas do Flamengo (1895), Grupo de Regatas Praia Vermelha (1896), Club de Natação e Regatas (1896), Club de Regatas Boqueirão do Passeio (1897), Club de Regatas do Caju (1897), Club de Regatas Guanabara (1899) e o Club de Regatas de São Christovão (1899).

Um comentário:

JORGE disse...

Parabéns, ótimo exemplo e uma história que deve ser mesmo difundida. Jorge