segunda-feira, 31 de agosto de 2015

A IDADE

Quando nos perguntam qual a idade que nós temos normalmente a resposta é os anos que já vivemos, quando de acordo com o vídeo abaixo, a resposta deveria ser os anos de vida que nos restam.

Veja o vídeo a seguir:


domingo, 30 de agosto de 2015

AS MÃOS DO AVÔ

Estas mãos têm as marcas de onde estive e a dureza de minha vida. Mas, o mais importante, é que são estas mãos que Deus tomará nas Suas quando me levar à Sua presença!

Veja o vídeo, clicando a seguir:

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ALDEIAS DE PORTUGAL

Feitas de granito e xisto, as aldeias históricas conservam histórias de conquistas e tradições antigas e deslumbram pelas paisagens, patrimônio e simpatia das gentes que as habitam.

Assentes no alto das serras, distinguem-se ao longe nas altivas torres dos seus castelos medievais. É por isso que estão estrategicamente alinhadas ao longo da fronteira. Reis e senhores da terra sabiam que assim podiam dormir mais sossegados. Enganavam-se por vezes. Mouros e cristãos, castelhanos e portugueses, todos tentaram tomá-las para si e por isso cada uma tem uma história muito antiga ou uma lenda para contar. Hoje são pacíficas e mantêm nas pedras da rua e das casas o que Portugal tem de mais genuíno: a autenticidade do seu povo e o orgulho de uma História com 900 anos

Vejam  no vídeo a seguir  a exibição de uma pate das aldeias de Portugal.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SANTO ANTONIO DA NEVE - CASTANHEIRA DE PERA / PORTUGAL


No antigo Cabeço do Pereiro (Serra da Lousã), ergue-se a Capela de Santo António da Neve em honra de Santo António de Lisboa, mandada construir por Julião Pereira de Castro, neveiro–mor da casa real, passando assim o local a chamar-se Santo António da Neve. Durante anos, esta capela esteve nas mãos de particulares, mas em 1954 foi adquirida pela Câmara Municipal de Castanheira de Pera e ficou na posse da Junta de Freguesia do Coentral. A capela encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1986.
Na proximidade da capela ficam três dos antigos poços de neve, conforme foto acima, seguindo-se a Capela.

Castanheira de Pera, uma vila localizada no distrito de Leiria/Portugal,é o lugar de onde é natural o titular deste Blogue, que vivendo no Brasil deste 1953, nunca se esqueceu de sua terra, da família e amigos que lá deixou.

Veja no vídeo a seguir uma reportagem desse local.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

ABÍLIO DINIZ, UM DOS MAIORES EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

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Abílio Diniz é um empresário implacável. Conheça um pouco mais sobre esta figura do universo empreendedor e conheça suas lições de gestão
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POR ENDEAVOR BRASIL EM 25 DE AGOSTO DE 2015


No país do futebol, é preciso entender muito de gestão para levar um time ao título. Essa é uma das lições que os grandes times estão tendo que aprender – meio na marra – nos últimos tempos. Além de gols, o clube precisa ter uma gestão financeira equilibrada e pensar estratégias de marketing para engajar o torcedor e aumentar as receitas dos clubes. Recentemente, o SPFC deu um passo nessa direção e trouxe para sua equipe um craque do mundo empresarial. O conhecido empresário Abílio Diniz agora ajuda o time a administrar a dívida com uma gestão mais profissional. O empresário, que é membro do Conselho Consultivo do São Paulo, virou seu consultor financeiro a pedidos do presidente Carlos Miguel Aidar.
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Atualmente, a dívida do São Paulo ultrapassa 200 milhões de reais. Para administrar essa dívida, Abílio Diniz criou o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDIC). Isso para que torcedores e outros investidores possam juntar 100 milhões de reais no fundo para garantir o pagamento de créditos e multas rescisórias de atletas.
Mas, privacidade e discrição não são palavras que fazem parte da vida de Abílio Diniz. Recentemente o empresário teve sua vida e seus altos e baixos registrados em uma biografia: Abílio – Determinado, Ambicioso, Polêmico. No livro, a disputa de Abílio Diniz e Jean-Charles Naouri, dono do Casino, é retratada em riqueza de detalhes.
Que esse conflito existiu não é segredo para ninguém. Jornais e revistas divulgaram amplamente os momentos desta disputa. Mas, o livro traz muito mais do que detalhes dessa briga. Ele narra uma trajetória de disputas entre Abílio e outras figuras do universo empresarial brasileiro. E não é à toa que ele ergueu um verdadeiro império do varejo, o empresário é um adversário implacável e que cultiva muitos desafetos.
Nesta matéria da Época Negócios, Abílio Diniz comenta as lições que aprendeu e praticou ao longo de sua carreira para chegar ao sucesso.
“A GENTE É VENCEDOR POR OPÇÃO. ESCOLHEMOS O QUE FAZEMOS NA VIDA”
O empresário aponta 4 premissas básicas para construir um negócio vencedor: almejar além do lucro, saber gerir pessoas, ter uma cultura e liderança fortes. A seguir, confira 5 dicas de liderança de Abílio Diniz:
1: Ter um propósito maior que o lucro
“Pense naquilo que você faz além da atividade principal de sua empresa. Você é capaz de fazer algo além do objetivo do lucro? Pense no que vai acontecer se sua empresa deixar de existir. Se ela acabar, outra ocupará o lugar. Mas ocupará mesmo? É o que eu dizia no GPA e procuro fazer na BRF: a concorrência pode copiar tudo que fazemos, mas nunca vai conseguir copiar aquilo que somos. Aí é nosso diferencial. Se fizermos algo além, quando deixarmos de existir, ninguém nunca vai superar aquilo que nós fomos ou somos”
Para se inspirar, você pode ler o artigo Responsabilidade social: e se ela for o seu core?
2: Tudo só funciona com as pessoas certas
“Uma gestão eficiente é fundamental para qualquer empresa e gestão se resume em gente e processo, processo e gente”, ou seja, monte boas equipes com competências complementares e nas quais você confie, tenha uma cultura organizacional forte e dê feedbaks frequentes para seu time, assim ele se desenvolverá cada vez mais.
Mais do que isso, é preciso valorizar as pessoas da sua empresa e motivá-las constantemente. “Leve em consideração cada um que trabalha com você e faça com eles se sintam donos do negócio. Integre-os dentro da empresa. Como fazer com que 10 mil pessoas na BRF sintam-se donas? É uma questão de criar cultura.
3: Seja um líder humano
As lideranças são peças fundamentais em negócios vencedores. Serão os líderes que vão puxar o pique da equipe e dar o exemplo. “Eu costumo dizer que líder é aquele homem do terno cinzento – que quase some na multidão, mas é líder, humano, solidário e sabe dividir. Em empresas menores, de até 50 funcionários, ter uma liderança assim faz ainda mais diferença”, explica o empresário.
Mais uma coisa: o líder não tem como saber de tudo, e precisa estar ciente disso. “Esteja pronto para ouvir, aprender, dialogar mais e aceitar a opinião dos outros”.
4: Antecipe-se e tenha equilíbrio
Planejar é muito importante. Como você quer estar daqui 10 anos? O que pretende ter realizado? A dica de Abílio Diniz para o empreendedor é que ele deve colocar um objetivo e seguir em frente, sempre com aquele objetivo em mente.
Além disso, ele frisa que é muito importante, além de ter um objetivo, saber conciliar vida pessoal e particular. “Eu aprendi a conciliar meu papel de gestor, pai, marido, amigo e várias outras atividades profissionais e sociais. Tenha sabedoria para manter tudo em equilíbrio. As pessoas que têm equilíbrio emocional performam melhor”, afirma.
5: Exercite seu corpo, liste prioridades e pratique o autoconhecimento
Corpo são, mente sã. Você já ouviu esse ditado não é mesmo? E é a mais pura verdade. Você não precisa virar maratonista, mas a atividade física te ajuda a relaxar e ser mais focado. O exercício físico também te ajuda a lidar com o estresse.
Além disso, o empresário destaca a importância do empreendedor se conhecer. Um empreendedor que se conhece de verdade consegue definir que atividades deve centralizar, e quais deve delegar. Sabe quais são suas limitações, mas também suas habilidades e pontos fortes nos quais se destaca.
A autoliderança praticada por Abílio Diniz pode ser resumida no “Pratique o autoconhecimento para saber quem está lá dentro de você, porque você se emociona com isso e vibra com aquilo. Assim, você saberá se relacionar melhor com as pessoas com que convive”
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Texto extraído da Revista InfoMoney de hoje

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

FESTA DA SENHORA DA AGONIA EM VIANA DO CASTELO

A Romaria da Nossa Senhora da Agonia realiza-se todos os anos na cidade de Viana do Castelo, cidade localizada no norte litoral de Portugal. Desde 1783 que esta Romaria se concretiza no mês de Agosto, englobando o dia 20 (feriado municipal da cidade). Nestas festas a cidade enche-se de animação e festeja em torno da Nossa Senhora da Agonia (padroeira dos pescadores), remontando aos tempos mais antigos.

É uma festa muito linda. Quem não a conhece, quando tiver uma oportunidade, não deixe de fazer uma visita. Com certeza vai gostar.

Veja uma demonstração no vídeo a seguir.


LISBOA - Profissões em extinção

Uma delas é a de CAUTELEIRO, o homem que vende cautelas.

Neste vídeo  temos a exibição de um desses profissionais, que é o Joaquim Silva, o Rei da Sorte.


https://www.youtube.com/embed/GN0QAX_EtRQ

sábado, 22 de agosto de 2015

VASCO DA GAMA = UMA FILOSOFIA CORRETA = UMA HISTÓRIA DE GLÓRIAS

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Vasco publica, pela 1ª vez, sua ata de fundação

Sexta-feira, 21/08/2015 - 12:20

Veja a seguir:
Nesta data, 21 de agosto de 2015, comemoramos os 117 anos do Club de Regatas Vasco da Gama. Atualmente, a instituição desenvolve diversas práticas esportivas, com acesso a todos os gêneros, diferentes faixas etárias e a indivíduos com as mais variadas condições sociais. Dentre os esportes praticados, profissionais ou amadores, podemos citar os tão afamados remo e futebol, o atletismo, o futsal, o futebol americano, o futebol de praia (beach soccer), futebol paralímpico, futebol de mesa, a natação etc. Ademais, seus adeptos (sócios e torcedores) chegam ao patamar de milhões e são incontáveis as suas conquistas no esporte.

O grande diferencial do Vasco é o fato de, por vezes, suas ações ultrapassarem o modus operandi da prática esportiva em si e alcançarem as esferas sociais. A história do clube, em diferentes períodos, se entrelaça com a própria história do país e dialoga com algumas reivindicações das camadas menos favorecidas da sociedade. Devemos nos recordar que este clube, em 1923, foi o primeiro campeão carioca de futebol com jogadores negros e brancos pobres. Precisou enfrentar as rígidas regras preconceituosas da liga organizada pelas elites do Rio de Janeiro e optou por ficar ao lado de seus jogadores de origem humilde, negando-se a excluí-los a pedido da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, em 1924. Pedido este baseado em parâmetros racistas e de diferenciação social, que o Vasco nunca os aceitou, pois, preferiu trazer a lume, para o bem do futebol do Rio de Janeiro e do Brasil, a primazia da técnica por sobre questões fúteis empreendidas por outras agremiações.

É assaz necessário relembrarmos este fato por dois importantes motivos. Primeiro, para que tanto os vascaínos quanto aqueles que nos humilharam e ridicularizaram não se esqueçam o quanto nos fizemos gigante. Em segundo, para que sejam sempre reconhecidas as glórias e os méritos dos homens - jogadores e dirigentes - que muito lutaram para a grandeza do Vasco. Acima de tudo, é preciso lembrar sempre, para que não se esqueça nunca.

Os vascaínos, com muita luta, sangue, suor e lágrimas construíram para a instituição e para o benefício do esporte brasileiro como um todo, o então maior estádio da América do Sul. Com essa atitude, os homens do Vasco deram uma resposta a todas as ofensas e àqueles que questionavam a força e a capacidade deste clube, constituído na sua essência por homens trabalhadores e honestos. Assim, o Estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como Estádio de São Januário, foi inaugurado em 21 de abril de 1927.

Neste local sagrado para os vascaínos, podem-se vivenciar vários acontecimentos que entraram para a história do país. São Januário foi palco da do anúncio das primeiras leis trabalhistas brasileiras, ditadas pelo presidente Getúlio Vargas, em plena Tribuna de Honra. O estádio serviu como espaço para desfile das escolas de samba, em que se viu a Portela conquistar o campeonato de 1945. O famoso maestro Heitor Villa-Lobos regeu corais orfeônicos com mais de 40 mil vozes. Além disso, na "casa dos vascaínos" foram promovidos diversos shows e eventos musicais, festas típicas, eventos religiosos, dentre outros.

Como demonstração de zelo por parte da instituição para com a formação física e moral de jovens e crianças, o Vasco dispõe de uma escola em sua sede administrativa que serve aos seus atletas. O clube, para além de procurar fazer de crianças e jovens um esportista, preocupa-se em formar atletas-cidadãos. O Colégio Vasco da Gama foi inaugurado em 08 de março de 2004. Desde então, o clube mantém integralmente o Colégio e todas as suas despesas, como fornecimento de uniforme, de material didático e de alimentação. (ver:http://www.vasco.com.br/site/conteudo/detalhe/8).

Dentro do âmbito esporte, ainda podemos citar que o Vasco foi o primeiro campeão de um título continental, ao conquistar o I Campeonato Sul-Americano e Clubes Campeões (1948 - Invicto). A este somou-se o segundo, a Taça Libertadores da América (1998). O Vasco tornou-se o primeiro campeão carioca do Maracanã (1950). Conquistou 23 vezes o campeonato carioca e dentro destas conquistas cinco foram de forma invicta (1924, 1945, 1947, 1949 e 1992). Como esquecer a "Virada do Século" na final da Copa Mercosul de 2000 (ver:http://www.vasco.com.br/site//detalhe/181).

Poderíamos nos prolongar em citações contínuas das ações e glórias vascaínas, o que seria prazeroso, porém, ultrapassaria o propósito deste texto. Dentre as infindáveis temáticas ao tratarmos da história do Vasco, optamos por relembrar as origens mais humildes do nosso amado clube, gerado nas águas e nos armazéns cariocas. Falaremos sobre o esporte fundador do Vasco, o remo.

Guardamos para o mês de novembro um novo texto, desta vez, trabalhando sobre o futebol, em comemoração ao centenário da institucionalização desta prática no clube. Objetivamos com esse texto trazer para o sócio e torcedor vascaíno fatos da história do clube que não eram do conhecimento de muitos e que acabam por contribuírem ainda mais para demonstrar a grandeza do nome Vasco da Gama. Gostaríamos de esclarecer que além desses dois esportes (remo e futebol), as glórias, títulos e vitórias se acumularam em muitos outros, que ao fim e ao cabo contribuíram para o gigantismo do Vasco. Este Vasco que a todos nós apaixona e que nos leva a segui-lo para todos os cantos, mares, praias, campos e quadras.A fundação do Vasco

O Brasil vivenciava no final do século XIX um conjunto de mudanças que reorganizaram a sua estrutura política e econômica. O fim da escravidão, em 13 de maio de 1888, e a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, trouxeram ares de mudança para o país. Com o advento da República buscou-se melhor inserir o Brasil no cenário internacional, consequentemente, observou-se a necessidade de modernizar a capital Rio de Janeiro e adequá-la aos padrões estéticos das grandes metrópoles europeias, marcadamente inspiradas em Londres e Paris. Estratégia esta que só viria ser melhor concretizada com as reformas urbanas do prefeito Pereira Passos, já no século XX.

Novos hábitos iam sendo adquiridos e dentre eles uma nova estética corporal começava a ganhar as ruas cariocas. Um novo modelo de homem passa a ser gerado com o avanço da modernidade sobre a cidade. Os médicos e arquitetos ("cientistas") defendiam a valorização de um típico físico condicionado aos novos padrões de higiene e saúde. Nesse contexto, a prática esportiva do remo adequava-se perfeitamente aos padrões de modernidade que se espraiavam pela cidade.

O remo passa a ser visto como o esporte moderno, ligado ao urbano, prática de uma burguesia ascendente. Por outro lado, o turfe, que havia se organizado anteriormente e sido pioneiro na estruturação do campo esportivo do Rio, guardava um ar mais aristocrático, relacionado ao rural. Outrossim, no remo, o protagonismo cabia ao homem, que deveria com as próprias forças e músculos vencer o mar e seu oponente. Enquanto isso, no turfe, os jóqueis franzinos eram coadjuvantes em relação aos cavalos, verdadeiros "donos" do espetáculo.

Os primeiros passos para a institucionalização remo foram dados na cidade vizinha, Niterói, com os Mareantes (1851). No Rio de Janeiro, no ano de 1862 surgiram o grupo Regata e o British Rowing Club, por influência de imigrantes ingleses na cidade. Em 1967 é fundado o Club de Regatas, mas, o grande marco para o impulso do remo no Rio de Janeiro foi dado com a criação do Club Guanabarense, no ano de 1874. Depois vieram Grupo de Botafogo (1878), o Club de Regatas Cajuense (1885), Club Náutico Saldanha da Gama (Niterói-1876) e Club de Regatas Internacional (1887).

Entre as décadas de 1880 e 1890 as regatas tornaram-se constantes, entretanto, as associações não possuíam o controle total da prática, permitindo-se que não-membros tornassem parte dos eventos. No intuito de estabelecer uma uniformização da prática, os clubes adotaram como justificativa a assaz necessidade de se combater as apostas, que se popularizaram simultaneamente ao crescimento do público que acompanhava as regatas.
Na última década do século, os clubes de remos vão se proliferando, constituindo o ambiente favorável para a criação da União de Regatas Fluminense (1897), instituição destinada a organizar o campeonato da cidade do Rio de Janeiro. Neste período surgiram o Union de Conotiers (Sociedade dos Franceses, 1892), Club de Regatas Fluminense (1892), Club de Regatas Paquetaense (1892), Club de Regatas Botafogo (1894, Grupo de Regatas do Flamengo (1895), Grupo de Regatas Praia Vermelha (1896), Club de Natação e Regatas (1896), Club de Regatas Boqueirão do Passeio (1897), Club de Regatas do Caju (1897), Club de Regatas Guanabara (1899) e o Club de Regatas de São Christovão (1899).

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

AERONAUTAS & AERONAVES

Esta é uma cronologia da aviação.
Alguns dos principais fatos que se perpetuaram na história.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

CELULAR - SEGREDOS

O titular deste BLOGUE desconhece se estas normas se limitam ao Brasil ou se também se estendem a outros países. Peço façam um teste.

www.slideboom.com/player/player.swf?id_resource=1286461

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

ANTIGAS PROFISSÕES EM LISBOA

Olhai Senhores, esta Lisboa de outras eras . . . . .

Veja o vídeo porque atualmente só nos resta alguém para contar como foi o passado.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

PORTUGAL

Norte de Portugal, Região demarcada do vinho do Porto.

Veja lindas imagens no vídeo, Melhor será um passeio a essa localidade.


sábado, 15 de agosto de 2015

OS BONDES DO RIO DE JANEIRO

Que saudades de quando eles existiam no centro da cidade !!!!!!!!!!!!


BREVE HISTÓRIA

O BONDE CARIOCA

Paixão para os mais velhos, curiosidades para os mais novos, assim este meio de transporte exerce um fascínio em gerações continuamente. Santa Teresa ícone do que restou e Santos com seu bonde turístico, dentre tantos outros, reafirmam sua presença no nosso imaginário perpetuando a esperança de que, um dia estas jóias possam voltar modernizadas como conseqüência do que aconteceu na Europa ou mesmo nos EUA, em particular na famosa São Francisco, reduto dos nossos antigos carros.
Preferimos não levar este thread pelo caminho das denúncias sobre corrupção e desvio de interesses, mas, sim para uma amostra daquilo que um dia já fomos e que podemos perfeitamente tornar a ser de novo. Surpreendeu-nos a beleza dos traçados do Alto da Boa Vista pela Estrada de Ferro da Tijuca, a qual fizemos questão de dar um destaque maior. Não para diminuir as outras e sim, por sermos uma cidade turística, para suscitar o interesse de todos aqui por esta opção que sem dúvida não deixaria nada a desejar em matéria de beleza ao passeio realizado pela E F Corcovado.
Esta compilação é um mínimo que pudemos fazer diante de tantos sites tratando do assunto com muito maior magnitude.
 

E agora veja um vídeo mostrando os últimos bondes  no Rio de Janeiro, à excepção 
dos de Santa Tereza que ainda existem,

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

COIMBRA VISTA POR UMA BRASILEIRA

A brasileira que faz a apresentação de COIMBRA, conforme vídeo a seguir, é a jornalista CLAUDIA TENÓRIO, cujo perfil pode ser visto no site final;

Vídeo da reportagem:

Perfil da jornalista:


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

UM PORTUGUÊS FORA DE SÉRIE

A postagem a seguir é cópia de uma reportagem feita pelo jornal "DIÁRIO ECONÔMICO", publicação portuguesa, que merece de nossa parte uma atenção especial.

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Ricardo Reis: O português a quem os bancos centrais pedem conselhos

É um dos economistas portugueses com maior reconhecimento dentro e fora de portas - e é certamente o mais jovem.

Ricardo Reis: O português a quem os bancos centrais pedem conselhos

Aos 20 anos, já estava a tirar o doutoramento em Harvard e, rapidamente, tornou-se professor de mestrados e doutoramentos numa das melhores universidades do mundo. Hoje, dá aulas aos economistas do FMI e conselhos aos bancos centrais pelo mundo fora. É um apaixonado pelo ténis, para o qual tinha "zero talento", e que lhe ensinou uma das lições mais importantes da sua vida: perseverar através do falhanço.
De adolescente a doutorado por Harvard em sete anos
Aos 17 anos trocou Leça da Palmeira por Londres. Três anos depois, rumou aos EUA.
Sente-se bem português, mas já passou mais tempo de vida lá fora do que cá dentro. Ricardo Reis, o professor que ensina economia aos americanos (e aos europeus, a banqueiros centrais e ao Fundo Monetário Internacional...), nasceu em Leça da Palmeira em 1978. Foi lá que passou a infância - "protegida, mas ao mesmo tempo com liberdade e independência, como só é possível em terras pequenas" - e estudou até ao final do liceu.

Foi também lá que se iniciou no ténis, desporto que o marcaria para sempre e lhe ensinou "uma das mais valiosas lições" que ainda hoje emprega na sua vida. "Era péssimo a jogar ténis, mas gostava imenso", conta entre gargalhadas. "Ao contrário da escola, que era muito simples [tinha média de 20 valores], tinha zero talento para aquilo, perdia muito e assim à grande. Mas adorava e dedicava-me imenso e acabei por ser federado e ter ‘ranking'. Consegui-o, completamente, através de suor e lágrimas e aprendi uma lição de vida importantíssima: perseverar através do falhanço."

Filho de um engenheiro civil que trabalhava no porto de Leixões e de uma professora de Matemática, Ricardo rumava ao Porto para ter aulas de inglês no British Council. Um dia, no intervalo, conheceu uma adida cultural da embaixada britânica que lhe mudou a vida. Desafiou-o, a ele e a outros alunos, a candidatarem-se a faculdades no Reino Unido, dizendo-lhes que os ajudaria em todo o processo. Assim fez.

Quando recebeu a carta da London School of Economics (LSE) a dizer que tinha sido aceite parou finalmente para pensar a sério no que estava prestes a fazer. Optou pelo risco e pela aventura de tirar o curso lá fora, não só porque ia para uma das mais prestigiadas faculdades de Economia da Europa, mas também porque o curso era de apenas três anos, enquanto em Portugal, na altura, era de cinco. Fez as malas e rumou a Londres. Tinha 17 anos.

A LSE tinha outra característica a que rapidamente Ricardo viria a atribuir muita importância: fomentava os estágios em várias empresas. "O curso em Inglaterra é muito intenso durante oito meses do ano, depois há três ou quatro meses de Verão reservados propositadamente para estágios nas empresas financeiras", explica. Os estágios eram remunerados, diminuindo o fardo financeiro sobre os pais, que acabaram por vê-lo praticamente a autofinanciar-se ao longo da faculdade. Mas, sobretudo, permitiram-lhe perceber o que queria fazer da vida.

Estagiou na banca, por exemplo, no BPI, e não ficou fascinado - "as pessoas eram óptimas, o banco também, mas não era o que queria fazer". No último Verão, antes de terminar o curso, conseguiu um estágio como assessor de um economista do Banco de Inglaterra, a quem ajudou a fazer investigação. "Gostei muito do processo e percebi que o passo seguinte tinha de ser, necessariamente, o doutoramento."

Tinha 20 anos e uma invejável média de licenciatura na melhor escola da Europa. Candidatou-se aos seis melhores programas de doutoramento do mundo e foi aceite em todos. Optou por Harvard e rumou ao outro lado do Atlântico, tornando-se o mais novo aluno do doutoramento em Economia. "Era o mais novo da turma, os meus colegas tinham todos entre 23 e 28 anos. Por um lado, porque faço anos em Setembro e sempre fui o mais novo das minhas turmas. E depois porque a licenciatura tinha sido de apenas três anos e, como me tinha corrido muito bem, tinha saltado o mestrado."
Sob a sombra de Alan Greenspan

Em Harvard conheceu aquele que é o seu maior mentor, Gregory Mankiw, economista reconhecido pela sua investigação na área do "novo-keynesianismo" e que foi um dos principais conselheiros do ex-Presidente norte-americano George W. Bush.
Os anos do doutoramento obrigaram a alguns sacrifícios, como o namoro à distância com Mafalda, a jovem portuguesa que conheceu na licenciatura em Londres e com quem viria a casar. Mas também foram "tempos fascinantes", que confirmaram a ideia que já vinha ganhando forma: queria continuar ligado à academia. Em 2004, arranjou emprego em Princeton, como professor auxiliar. Três anos depois, trocou Princeton pela Universidade de Columbia, que lhe ofereceu o cargo de professor catedrático - a primeira e maior promoção da carreira, que lhe permitiu "saltar" mais de dez anos no que é o percurso normal de um professor universitário nos Estados Unidos.

Foram várias as razões que levaram a Universidade de Columbia a fazer uma aposta tão arrojada. Uma delas terá certamente a ver com o artigo que Ricardo escreveu com o colega e também mentor Alan Blinder, no final de 2005, onde analisou o mandato de Alan Greenspan à frente da Reserva Federal norte-americana. O texto causou grande impacto no mundo académico e, mais tarde, também na imprensa internacional, que começava a olhar com maior interesse para temas relacionados com os mercados e a política monetária.

Os ecos do outro lado do Atlântico acabaram por chegar a Portugal, onde os jornais quiseram saber quem era aquele economista português a ensinar os americanos. Rapidamente lhe começaram a chover convites para escrever e, em 2007, estreou-se nas colunas de opinião, precisamente no Diário Económico. "Profissionalmente, era a coisa errada a fazer, devia concentrar-me na carreira académica, para a qual não acrescentava nada escrever na imprensa nacional." Porque aceitou, então? "Já ouvi pessoas a dizer isto e depois são mal interpretadas", diz, referindo-se ao ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, "mas a verdade é que há uma certa dívida à pátria. Gosto muito do meu país e achei que era a forma mais coordenada com a minha carreira para dar algum contributo. As pessoas em Portugal às vezes não interpretam bem isto, mas é verdade e quem é emigrante sente muito isso", reforça.

Foi um ano de estreias: em Columbia, na imprensa e na paternidade. Mas acabou por ser um ano "muito difícil", porque António, o primeiro filho, nasceu com vários problemas de saúde. "Passou muito tempo nos cuidados intensivos e, sendo o sistema americano de saúde como é, fomos à falência", recorda, com humor. Os cerca de dois milhões de dólares gastos em hospitais e tratamento - em boa parte suportados pelo seguro - foram bem empregues e hoje reserva elogios ao sistema americano, que lhe deu "poder para decidir os melhores tratamentos, ao contrário do que acontece em Portugal, "onde é um comité que toma as decisões, com base nos custos para o Estado".
A previsão errada que "nunca aconteceu"

É directo e não tem papas na língua e é assim que se expressa nas suas colunas de opinião, que nem sempre foram bem recebidas. Em 2008, depois de escrever um texto onde alertava para os riscos de uma crise em Portugal e considerava que o país estava estagnado desde 2000, sentiu pela primeira vez o potencial impacto negativo do espaço público.

"Houve muita gente a ficar chateada com o que escrevi e vários ‘bloggers' e colunistas, mais ligados à esquerda, foram buscar uma frase de uma entrevista minha, fora de contexto, dizendo que eu era um palerma que tinha previsto que a crise do ‘subprime' não ia durar mais do que duas semanas", conta. "Sou um palerma por muitas outras coisas, mas essa previsão é mentira, nunca a fiz", explica, sempre bem-humorado. "Perguntavam-me o que se estava a passar nos mercados e disse que havia duas possibilidades: uma era ser um mero distúrbio, do qual daí a duas semanas ninguém falaria, a outra era ser o início de problemas graves no sistema financeiro, que poderiam levar a uma crise muito profunda."

Ainda hoje a frase o persegue, mas não o incomoda - "quem vai à guerra dá e leva". Além disso, "todos os economistas erram e já errei várias vezes em previsões que fiz. Essa, simplesmente, não foi uma delas".

Confusões à parte, a presença na imprensa nacional manteve-se constante, mas ganhou especial fôlego em 2010, com a crise europeia, primeiro, e o resgate a Portugal, depois. "Sabia muito do que se passava em Portugal, porque as questões relacionadas com choques macroeconómicos acabam por ser uma das minhas áreas de especialidade. A coluna evoluiu naturalmente para esses temas nessa altura."
Homem de rotinas sem ‘hobbies' nem vícios

Lá fora, alheios a tudo isto, banqueiros centrais, académicos e líderes de instituições internacionais reconheciam-lhe cada vez mais mérito e as propostas de colaboração começaram a surgir em catadupa. Rapidamente começou a viajar até ao Brasil, para dar aulas a banqueiros; a ser presença regular na sede do FMI, para falar das novidades das correntes macroeconómicas; e a aconselhar os governadores de Reservas Federais de diferentes Estados norte-americanos.

As tarefas são tantas que é preciso ser metódico e organizado. Acorda cedo, por volta das 6h30m, para preparar os dois filhos e levá-los à escola - a António, hoje com oito anos, juntou-se entretanto Francisco, com cinco. Chega cedo à faculdade, onde reserva algumas horas da manhã, sem quaisquer interrupções, para trabalhar na sua investigação. Almoça quase sempre enquanto trabalha - "como uma sandes enquanto vejo apresentações de alunos e colegas e comento o seu trabalho - e a tarde é passada a dar aulas - "e, às vezes, ao telefone com jornalistas". Chega a casa por volta das 19 horas, para jantar com os filhos e os pôr na cama. E guarda o final da noite para fazer a gestão da agenda e responder a emails.

Não tem vícios - a não ser o quadrado ou dois de chocolate que come todos os dias - e não consegue ter ‘hobbies'. "Não tenho tempo". Então é só trabalho, trabalho, trabalho? "Não é que não gostasse de os ter, mas prefiro passar tempo com a família. Nesta altura, o meu ‘hobby' é passar tempo com os meus filhos". Nem desporto? Nem ténis, pelo menos? "Tentei manter, mas deixei de jogar. Tento correr dia sim, dia não, mas isso é manutenção de saúde e bem-estar."

Ah! E futebol é futebol, mesmo que nos Estados Unidos se chame ‘soccer'. "Isso sim, acompanho imenso. Sou fã do Porto. E até sou mais fã agora que estou fora, porque vejo os jogos pelos jogos e escapa-me tudo o resto: os escândalos, as contratações, as arbitragens, etc."
O bom filho à casa torna

Está mais do que convertido aos Estados Unidos, onde "é muito fácil viver, porque a burocracia é muito ligeira e não se perdem horas em repartições de finanças e a tratar da água e da luz". Além disso, é um país "muito estimulante" em termos profissionais, porque o "sucesso é muitíssimo bem premiado e o insucesso não". Mas não deixa de ter saudades de Portugal, onde há "maior sentimento de solidariedade entre as pessoas e maior interacção entre diferentes gerações e classes sociais".

Boa parte da família está cá, o que agrava as saudades. É por isso, aliás, que faz sempre férias em Portugal. Primeiro em Lisboa, depois no Porto, para que os filhos possam estar com os avós maternos e paternos - Mafalda, a mulher, é alfacinha.

É precisamente para estar mais perto da família que, nesta altura, pondera o regresso à Europa. Os próximos 12 meses vão ser passados em Londres, a dar aulas na LSE, a faculdade onde tudo começou, e como conselheiro do governador do Banco de Inglaterra. Mas tem oferta da LSE para ficar de forma permanente - tem até propostas de outras universidades europeias de topo - e é algo que não descarta. "Até Dezembro ou Janeiro, temos essa decisão muito importante para tomarmos em família", sublinha.
Senhor ministro ou senhor governador?

A academia é a sua vida e gosta muito do que faz - "e sou bom naquilo que faço", garante -, por isso vai ser difícil separar-se da faculdade. Mas não descarta uma experiência diferente, até porque uma das lições que dá sempre aos seus alunos é que "é preciso arriscar e experimentar várias coisas, para se descobrir aquilo de que se gosta".

Tem uma vantagem: na sua área de especialidade, a macroeconomia e a economia monetária, há uma ligação muito próxima entre o que é a academia e a prática em bancos centrais e organizações como o FMI. "Sem ter de deixar de ser académico, não seria invulgar ter alguma experiência nesses sítios", diz. "Já pensei nisso, aliás."

Também não é invulgar ver académicos a passar por cargos governativos. Por exemplo, numa primeira fase, o actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apostou em dois - Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira - para duas das pastas mais importantes do Governo: as Finanças e a Economia. No futuro, poderemos ter o ministro Ricardo Reis? "Não ambiciono, mas também não rejeito. Tendo em conta a minha área, e apesar da minha dedicação à carreira académica, não é de excluir uma passagem por cargos de política macroeconómica, que fossem consistentes com o meu trajecto académico e profissional." Não especifica quais, mas garante que "são muito poucos, dois ou três, no máximo".


terça-feira, 11 de agosto de 2015

UM SOVREVIVENTE DA SEGUNDA GUERRA

Reportagem publicada pelo jornal FOLHA DE SÃO em 10.08.15, que é bom tomar conhecimento


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Aos 98, tradutor Boris Schnaiderman lança livro sobre sua luta na 2ª Guerra

3,4 mi

Boris Schnaiderman já enfrentou os nazistas, a ditadura militar, uma arritmia cardíaca e um câncer de intestino. Sobreviveu a tudo isso. Venceu ainda outro inimigo implacável, o passar do tempo.
O senhor que recebeu a Folha em seu apartamento caminha com firmeza, fala com elegância, relembra detalhes com precisão espantosa. É difícil acreditar que tenha realmente 98 anos.
"Mas os documentos não negam. São 98 anos bem batidos, e vividos com muita intensidade", conta ele.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Boris Schnaiderman aos 98, em seu apartamento em São Paulo
Boris Schnaiderman aos 98, em seu apartamento em São Paulo
Não faltam mesmo histórias, e lutas vencidas, na trajetória de Boris Schnaiderman. Nascido na Ucrânia em maio de 1917, veio com os pais para o Brasil em 1925 -um pouco antes presenciou a filmagem de um dos momentos sublimes da história do cinema, a cena da escadaria de Odessa de "O Encouraçado Potemkin" (1925), do diretor Sergei Eisenstein.
Boris tornou-se o principal tradutor literário do russo no Brasil (verteu clássicos de Dostoiévski, Tolstói e Tchékhov), o primeiro professor do curso de língua e literatura russa da USP, em 1960, e um ensaísta renomado.
Uma vida que poderia render páginas e mais páginas de um livro de memórias -e Boris realmente as escreveu, mas, um tanto por modéstia, um tanto por pudor em ferir a memória de alguém, achou por bem interromper o trabalho.
Resolveu então ater-se a um momento específico, o mais duro combate de sua vida. Boris foi um dos 25 mil homens enviados pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
O tema já havia inspirado o romance "Guerra em Surdina" (1964), primeira e única incursão de Boris na ficção. Agora ele o retoma no relato autobiográfico "Caderno Italiano", compilação de textos novos e antigos lançada pela editora Perspectiva.
"Da primeira vez narrei o que aconteceu ora comigo, ora com companheiros. Tudo misturado com partes imaginadas. Mas eu não sou um ficcionista, só sei fazer autobiografia. Por isso retomei de outra maneira esse tema que tanto me marcou", explica.
UM PACIFISTA NO FRONTE
A convocação para a guerra é retratada como um momento de pânico em muitos filmes e livros sobre combatentes. Com Boris foi diferente. "Na verdade, eu fiz com que me convocassem."
O futuro tradutor formou-se em agronomia em 1940, mas para registrar o diploma teve que se naturalizar brasileiro e prestar o serviço militar.
Prevendo que a participação do Brasil no conflito seria inevitável, exagerou tanto as próprias habilidades para o serviço ativo que não teve dúvidas de que seria recrutado para a guerra na primeira oportunidade.
Arquivo Pessoal Boris Schnaiderman
Boris Schnaiderman aos 28 anos, dois dias depois do fim da 2ª Guerra, em 1945
Boris Schnaiderman aos 28 anos, dois dias depois do fim da 2ª Guerra, em 1945
Foi com júbilo que em certa manhã de 1944 encontrou seu nome na relação dos convocados. Os pais ainda tentaram livrá-lo da convocação, mas Boris já estava decidido.
"Sempre fui um pacifista convicto, mas estava convencido de que aquele era o caminho certo. Ainda não se tinha notícia da extensão daquilo que viria a ser chamado de Holocausto, mas tudo parecia indicar que estava em desenvolvimento", diz. "Há ocasiões em que não há outro jeito. É preciso lutar mesmo."
O turbulento clima político do período era uma preocupação constante para o autor. Ele conta no livro que chegou a desmaiar ao ouvir pelo rádio um discurso de Getúlio Vargas que parecia abrir brechas para a adesão do Brasil às forças fascistas.
Também ficou decepcionado com o comunismo depois que a Alemanha e a União Soviética assinaram um pacto de não agressão, em 1939.
Pouco depois os alemães invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra.
Boris passou mais de um ano em solo italiano, entre 1944 e 1945. Era calculador de tiro da artilharia, um dos responsáveis por determinar o deslocamento dos canhões.
"Eu mesmo não disparei tiros lá, apenas em exercícios, mas passei por muitos momentos perigosos. Foi quase um milagre não ter sido ferido", relembra.
SUSTOS MORTAIS
Um desses momentos ocorreu no povoado de Silla, onde os brasileiros ficaram instalados diante de uma ponte constantemente bombardeada. Para despistar o inimigo, instalaram no local máquinas fumígenas.
Além de viveram dentro de uma nuvem de fumaça, os soldados se depararam com um inverno rigorosíssimo, de temperaturas de até 20 graus Celsius negativos.
Tanta fumaça, no entanto, acabou por confundir um aviador norte-americano, que metralhou um prédio de soldados aliados pensando que atirava em equipamentos alemães.
Divulgação
Os atores Thogun Teixeira (à esq.), Richard Sammel e Daniel de Oliveira em cena do filme "A Estrada 47", que retrata a participação do Brasil na 2ª Guerra
Os atores Thogun Teixeira (à esq.), Richard Sammel e Daniel de Oliveira em cena do filme "A Estrada 47", que retrata a participação do Brasil na 2ª Guerra
"Eu estava diante da janela quando vi o avião com o cano dirigido para nosso prédio, cuspindo fogo. Recuei imediatamente para a quina da janela, e meus companheiros se jogaram no chão. Foi um belo susto."
Boris também participou do ataque ao Monte Castello (norte da Itália), a mais simbólica batalha brasileira na guerra. Depois de algumas derrotas duras, os brasileiros venceram a resistência alemã e conquistaram o monte em fevereiro de 1945.
Boris conta ter ficado mais de 48 horas ininterruptas fazendo cálculo de tiro na ocasião.
A vitória foi uma surpresa para ele, que esperava um desastre total da FEB.
"Eu achava que o homem precisava ter consciência, se identificar com a causa, para poder lutar bem. A maioria do nosso Exército era contra a guerra, não tinha consciência do que estava em jogo", diz.
"Eram homens destreinados, vindos de um país sob ditadura, para lutar pela democracia na Europa, contra inimigos poderosos. E no entanto eles se saíram bem, tão bem quanto os melhores Exércitos. Achei incrível isso."
Como em geral ocorre entre os combatentes, Boris criou um laço forte com seus companheiros de Exército.
Dos que lutaram com ele, dois ainda estão vivos, mas um já completamente desmemoriado.
"Essa é a parte triste de envelhecer. Você vai perdendo muitas pessoas."
Fora isso, não tem muito do que se queixar. A saúde deu uma vacilada nos últimos anos -Boris colocou um marca-passo e teve um câncer-, mas segue com energia invejável.
Em seu apartamento rodeado de livros por todos os lados, continua a trabalhar.
Nos últimos anos vem se dedicando a reelaborar suas antigas traduções com a ajuda da mulher, a professora de comunicação e semiótica da PUC-SP Jerusa Pires Ferreira, 77.
Ainda tem fôlego para caminhadas diárias e para ler os muitos livros que recebe toda semana.
Caderno Italiano
Boris Schnaiderman
livro
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Come praticamente de tudo e, vez ou outra, bebe as cachaças mineiras de que tanto gosta.
"As doenças deixaram alguma sequelas, mas dá para aguentar. Meu organismo reage bem. Ainda estou firme."
CADERNO ITALIANO
AUTOR Boris Schnaiderman
EDITORA Perspectiva
QUANTO R$ 45 (192 págs.)