sábado, 9 de fevereiro de 2013

CALDO VERDE


UHhh,até já cheira bem a caldinho verde. Quem não gosta?

Veja como é fácil  a sua preparação.

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O CALDO VERDE EVITA O CANCRO!
Por Manuel Luciano da Silva, Médico

Muita gente sabe que o caldo verde é uma sopa de couve portuguesa,
tipicamente  do norte de Portugal Continental,  mas  muito divulgada
por todo o país.
Couve é o  nome genérico que se usa para  descrever uma   grande
família  de hortaliça  caracterizada  por folhas largas, esverdeadas e
muito ricas em nervuras, fibra e vitaminas.  Existe uma variedade de
couves:   couve galega, couve lombarda, couve crespa, couve penca,
couve tronchuda,  couve bastarda, couve repolho, couve bróculo roxo,
couve bróculo branco e até couve flor!  Mas a couve preferida para se
fazer o caldo verde,  como deve ser,  é a couve chamada galega, muito
cultivada na Província do Minho em Portugal.
Na Nova Inglaterra os nossos emigrantes cultivam nos seus quintais a
couve galega,  depois de usar vários truques para passarem, contra a
lei,  na alfândega as sementes desta  couve preferida.  Na América há
uma couve semelhante à galega  que  tem o nome de: "collards".
Devido  às  temperaturas  negativas as couves galegas não se aguentam
ao relento durante os meses de inverno e assim a nossa gente usa um
tipo de couve crispada chamada "kale". Mas o caldo feito de "Kale" não
é genuinamente caldo verde. Perde a sua característica,  não pelo tipo
diferente de couve, mas sim pelos ingredientes que as cozinheiras
imigrantes lhe adicionam e que não devem fazer parte da receita do
caldo verde.
Sucede que a composição da "kale soup" é muito complexa: além da couve
ou "kale", leva carne de vaca, carne de porco, chouriço, ou linguiça,
feijão, batata, cenoura, água, sal  e mais não sei quê. Gostosa? Sim,
senhor, mas é tão concentrada, é tão forte que até faz lembrar cimento
armado ou entulho!...
Em contrapartida  a receita do caldo verde é muito simples: água, sal,
batata ralada, couves cortadas  às tiras fininhas, azeite português
e mais nada!
No entanto há muitas donas de casa que não sabem cozinhar  o caldo
verde como deve ser. Não fazem caldo verde para os seus familiares
por que dá muita maçada a cortar as couves às tiras muito fininhas...
Mas talvez a razão principal seja por  as cozinheiras portuguesas  na
América pensarem que o caldo verde por ter tantas couves não  tem
nenhum valor nutritivo, não presta para nada! Como estais enganadas,
minhas senhoras!
Se vos disser que de todos os cozinhados tipicamente portugueses o
caldo verde é o melhor para a  nossa saúde?! Que pensais se vos
disser,   como médico,  que o caldo verde evita o cancro?! E se vos
disser  que o caldo verde evita os ataques do coração por reduzir no
sangue o colesterol, pensais que é fantasia!?  E se vos disser mais:
que o caldo verde evita as pedras na vesícula  e evita as
hemorróidas?!
É caso para perguntardes: se isso é verdade, porque é que levou tanto
tempo a descobrir que o caldo verde é tão milagroso?!

DOUTOR BURKITT


Na década de setenta o famoso médico inglês Burkitt chefiou um grupo
de médicos da Grã Bretanha que foram para a África  Central estudar as
diferenças entre as doenças que existem na selva e na zona
metropolitana de Londres.
Depois de estudos muito apurados o Dr. Burkitt veio a descobrir  que
existe no continente africano um tipo de cancro  diferente  que é
causado por um vírus. Esta descoberta foi sensacional porque
provou-se, pela primeira vez, que certos tipos de cancro podem ser
causados por vírus.  Em honra desta descoberta  o mundo médico mundial
passou a chamar a este tipo de cancro:  Linfoma não-Hodgkin de
Burkitt.
Revelo esta informação médica  a respeito do Dr. Burkitt para os
leitores melhor  apreciarem  o calibre das observações que a equipa do
Dr. Burkitt veio a registar  no que diz respeito às diferenças  que
existem  entre a dieta dos nativos  africanos e a dieta do povo
londrino.
Primeiro os médicos ingleses verificaram  que os nativos nunca tinham
prisão de ventre, não contraiam cancro do recto, não tinham ataques do
coração, não sofriam de hemorróidas, nem  apendicite aguda!
Surpreendidos com estes factos os médicos britânicos constataram  que
os nativos africanos defecavam ou obravam, durante 24 horas, um
volume, QUATRO VEZES  maior do que qualquer cidadão inglês!
Admirados com este achado, os mesmos médicos prosseguindo com as suas
pesquisas concluíram que a diferença dramática de saúde entre o povo
inglês e os nativos em África se devia ao facto dos africanos comerem
NOVENTA POR CENTO   de ALIMENTOS RICOS  em FIBRAS VEGETAIS,  que não
chegam a ser absorvidos no intestino e  saem nas fezes praticamente
intactos, aumentando assim o volume fecal, evitando  portanto a prisão
de ventre!
Nos últimos anos mais de mil especialistas em todo o mundo  têm
publicado artigos em jornais e revistas médicas  sobre  as observações
da equipa médica do Dr. Burkitt, CONFIRMANDO que os alimentos melhores
para a nossa saúde são aqueles que têm mais fibras vegetais
não-reabsorvíveis e que  nos obrigam a visitar mais vezes a
retrete....  Eu tive oportunidade de ouvir uma conferência sobre este
assunto pelo Dr. Burkitt,  há vários anos,  no Hospital de Roger
Williams,  em  Providence,  Rhode Island,  na qual o famoso médico
usou esta frase bombástica: "É MAIS IMPORTANTE SABERMOS O VOLUME DA
MERDA DIÁRIA DUMA PESSOA DO QUE O VALOR DO SEU AÇÚCAR OU DO SEU
COLESTEROL!"

BENEFÍCIOS  DO CALDO VERDE

Para apreciarmos as maravilhosas qualidades do caldo verde temos que
primeiro  analisar o nosso aparelho  digestivo. Qual é o comprimento
do nosso tubo digestivo?  Qual é a distância que vai da boca até ao
ânus? Resposta: O comprimento do nosso tubo digestivo é quase SETE
vezes a altura de cada pessoa! Deste modo se um homem tem de altura um
metro e meio, o seu tubo digestivo possui DEZ METROS de comprimento!
É igual à mangueira de regar o quintal!...
Agora compreendemos melhor porque é que a Natureza  exige que a nossa
alimentação contenha 90 por cento  de alimentos com fibras vegetais
que não sejam reabsorvidas. É  preciso que a nossa alimentação
contenha substâncias que não desapareçam, que não sejam reabsorvidas,
no percurso do tubo  digestivo, porque de contrário não  chegará nada
ao fim do canal que tem em média mais de dez metros de comprimento...
Analisemos agora  o conteúdo do caldo verde:
COUVES -  As couves são a parte mais importante do caldo verde porque
são muito ricas em fibras não-reabsorvíveis.  Além disso as couves são
muito ricas em vitamina A  e  complexos B (tiamina, riboflavina e
niacina). Possuem  também cálcio, ferro, fósforo, potássio,  mas  têm
poucas calorias.
AZEITE -- O azeite deve ser português porque é muito rico em ácidos
não-saturados que fazem baixar o colesterol mau.
BATATA --  serve para amaciar, tornar  mais homogéneo o sabor do
caldo verde e o seu valor calórico não está fora de ordem.
ÁGUA QUENTE -- A água quente do caldo verde é muito importante, porque
faz funcionar muito melhor  os sucos digestivos e os fermentos ou
enzimas do aparelho digestivo.   A água quente faz descontrair os
esfíncteres ou válvulas do aparelho digestivo, estimula a contracção
normal da  vesícula biliar e relaxa o estômago  e os  intestinos
delgado e grosso, tornando a nossa digestão agradável e saudável.
SAL-- Não deve ser exagerado. Só o preciso!
CHOURIÇO --  O chouriço - para ser cortado às rodelas e pôr no caldo
verde -- deve ser cozido à parte para se  deitar fora a água porque
esta contem  os produtos cancerígenos do  chouriço  devido ao processo
de ter sido   defumado.
BROA -- A broa deve ser à moda portuguesa feita com o farelo  e
farinha  de milho  como se coze na  nossa terra.
Quem comer uma malga de caldo verde todos os dias não tem prisão de
ventre! Quem não tem prisão de ventre não tem hemorróidas! Por outro
lado  uma pessoa fazendo as suas necessidades diariamente, o fígado é
obrigado a produzir mais bílis e a  vesícula a expelir mais sais
biliares  para untar a tripa por dentro para que os alimentos deslizem
melhor. Deste modo saindo mais bílis (rica em colesterol)  para o
exterior  através  das fezes, dá-se uma baixa de colesterol no sangue,
diminuindo os riscos de ataques cardíacos e de pedras da vesícula
(compostas por colesterol)! O caldo verde faz também  com que a pessoa
emagreça e se torne mais saudável e mais feliz.

CANCRO DO CÓLON


Tem-se verificado uma relação directa entre a prisão de ventre e o
cancro do cólon ou do intestino grosso. Porquê?  Porque quando há
prisão de ventre as fezes ficam paradas no intestino grosso, ou cólon
e assim  os produtos tóxicos  contidos nas FEZES RETIDAS bombardeiam
as células da mucosa intestinal de tal maneira  que com a  REPETIÇÃO
deste processo  desencadeia-se  o princípio do cancro do cólon ou do
intestino grosso que é uma doença terrível!
Como contra prova dos estudos que a  equipa do Dr. Burkitt  observou
em África,   deram-se  aos nativos africanos   dietas  iguais  à que
os ingleses e americanos usam com McDonalds, "ice cream" ou sorvetes,
pizzas, lasanhas, batatas fritas, etc. Inverteu-se a dieta: em vez de
90 % de dieta com vegetais os nativos africanos  passaram a ter uma
dieta de SÓ DEZ  por cento de vegetais.   Resultados: Os nativos
começaram a engordar, o colesterol começou a subir, passaram a ter
prisão de ventre e a desenvolver hemorróidas como os ingleses e os
americanos!
Parece incrível, mas é verdade! No fim do século XX são os povos
primitivos a ensinar ao homem civilizado, ao homem dos produtos
sintéticos e das pastilhas qual é a alimentação mais saudável!
Há mais de 40 anos visitei as Termas de Melgaço no Norte de Portugal.
Estas termas são especialmente dedicadas a  doentes diabéticos,
cardíacos e renais. Observei então que fazia parte do tratamento
obrigatório, a todas as refeições diárias,  um grande prato de caldo
verde.  E todo o doente que quisesse  comer fora das três  refeições
só podia  comer mais  outro prato de caldo verde!  O certo é que todos
os doentes melhoravam das suas enfermidades!
Ainda hoje em Coimbra quando os estudantes fazem uma farra ou há uma
reunião de curso e se come e  se bebe exageradamente... depois duma
bela  guitarrada,  à meia noite,  serve-se sempre um caldo verde --
bem quente --  para "limpar e acalmar as entranhas"... Quando tiver
uma festa grande em sua casa faça o mesmo: ofereça aos seus convidados
um caldo verde para   despedida e para terem boa viajem!...

RECEITA DO CALDO VERDE À MODA  DE VALENÇA DO MINHO


Dois  litros de água; 4 colheres de sopa de azeite português; 750
gramas de batatas; 1 ou 2 couves galegas conforme o tamanho; sal; 1
chouriço (cozido à parte); broa.
TÉCNICA:  Deita-se a água numa panela com o azeite e as batatas
descascadas cortadas em 4 pedaços.  Põe-se sal quanto baste e deixa-se
ferver. Quando as batatas estiverem cozidas, tiram-se e passam-se por
um passador.  Voltam à panela para apurar. Entretanto cortam-se as
couves  em tiras o mais fino possível. Lavam-se e deitam-se na panela
QUINZE minutos antes da sopa  ser servida, deixando a panela fever
DESTAPADA.  Serve-se o caldo verde em  tigelas de barro, com uma
rodela de chouriço e um bocadinho de broa.
Como  já se encontram  à venda na Nova Inglaterra as deliciosas
sardinhas portuguesas congeladas, pode ser que algum dia algum
comerciante se lembre de fazer  coisa semelhante  e nos mande  as
couves galegas já cortadas às tirinhas em caixinhas congeladas,
prontas a meter na panela,  para saborearmos,  mesmo durante o Inverno
severo na  América,  o nosso  genuíno caldo verde!

Um comentário:

Manuel Tomaz disse...

Caldo verde há muitos. Mas aqueles que minha Mãe e minha Avó faziam lá nas Sarzedas, como êsses, eu não encontro igual!...